A Associação dos Profissionais Universitários da Sabesp (APU) manifesta profunda discordância da privatização da empresa, consumada nesta terça-feira, 23/07, com grande comemoração dos participantes.
Associados e associadas da APU, bem como a comunidade sabespianas em atividade na empresa ou que merecidamente desfruta da aposentadoria, sabem que nossa entidade esteve à frente de mobilizações, debates, audiências públicas, reuniões com representantes políticos e autoridades dos Três Poderes.
Sempre defendemos a bandeira do saneamento público, com qualidade e acessibilidade econômica para toda a população dos 375 municípios em que a nossa querida empresa atuava como prestadora de serviços essenciais de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
Desde antes do início da atual gestão, lideramos ou participamos de incontáveis diálogos nas três esferas de governo: municipal, estadual e municipal.
Argumentamos com solidez e segurança em defesa das capacidades técnica e econômico-financeira da Sabesp para alcançar o pleno atendimento em água e esgoto em toda a sua área de atendimento, mesmo que antecipadamente de 2033 para 2029.
Defendemos a valorização do conhecimento acumulado ao longo de 50 anos de uma história marcada por sucessos e também pela superação de desafios imensos. De origem empresarial, como em 1995, ou de crise climática, como em 2014.
Participamos no apoio a dezenas de ações judiciais que questionam a legitimidade de vários aspectos do processo de privatização. Na mais recente, no dia 19/07, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Barroso, negou um pedido do PT para suspender a privatização, desconsiderando o parecer da Advocacia Geral da União (AGU) e alegando que eventuais irregularidades dependem de provas adicionais.
Infelizmente, não obtivemos sucesso em sensibilizar os tomadores de decisão no Executivo, no Legislativo e no Judiciário em favor de nossos argumentos, pois estava em campo um componente ideológico-político intransponível.
São muitos os motivos que causam discordância e indignação na venda da Sabesp, com maior destaque à avaliação e negociação por um valor expressivamente inferior à sua cotação de mercado e à entrega do comando a uma empresa neófita no saneamento. Esses aspectos têm sido destacados até mesmo por analistas e operadores de mercado que não se opõem à privatização, mas sim à forma e ao resultado do caso Sabesp.
Por óbvio, sofremos ao ver a imagem da comemoração. Parece que um nosso ente querido partiu… A Sabesp em que crescemos, vivemos, respiramos não mais existe.
Prosseguiremos em nossa luta em favor da defesa do saneamento para todos nos 371 municípios sob o guarda-chuva do contrato com a URAE.
Prosseguiremos em defesa do patrimônio público.
Prosseguiremos em defesa de nossos associados e nossas associadas e em apoio aos trabalhadores e às trabalhadoras da Sabesp.
Diretoria da APU