Em 23 de julho de 2024, os trabalhadores e a população de São Paulo presenciaram a privatização da Sabesp. Muitas críticas e preocupações foram formuladas por especialistas e o público em geral, destacando-se:
● Aumento das Tarifas: a privatização pode levar a um aumento significativo nas tarifas de água e esgoto. Experiências internacionais mostram que, após a privatização, os preços tendem a subir, tornando mais difícil o acesso à água pela população de baixa renda.● Redução da Transparência: a gestão privada pode resultar em menor transparência nas operações e decisões da empresa, pois não são obrigadas a seguir os mesmos padrões de transparência e prestação de contas que as empresas públicas, o que pode dificultar o controle social e a fiscalização.
● Foco no Lucro: empresas privadas têm como objetivo principal o lucro, o que pode comprometer a qualidade e a universalização dos serviços. Investimentos necessários para garantir o acesso universal à água e ao saneamento podem ser insuficientes, já que não geram retorno financeiro imediato.
● Desigualdade no Acesso: regiões menos lucrativas ou de difícil acesso podem ser negligenciadas, prejudicando comunidades vulneráveis.
● Sustentabilidade Financeira: o fundo para subsidiar tarifas com parte dos recursos da venda de ações pode ser insustentável a longo prazo, gerando apenas uma redução temporária nos preços.
● Perda de capacidade técnica: os exemplos no Brasil e em muitas cidades no mundo mostram que a privatização leva à demissão de parcela importante e mais experiente do quadro técnico das empresas, e consequente perda de capacidade de resposta a problemas operacionais, causando prejuízos no atendimento da população.
● Demissões e Reestruturação: antes da privatização, a Sabesp já considerava um novo plano de reestruturação e de demissões, apesar do programa de demissão voluntária (PDV). Após o período de estabilidade assegurada de 18 meses, prevista pela lei que autorizou a privatização, os trabalhadores temem um processo de demissão mais agressivo tendo em vista as diversas matérias que foram vinculadas na imprensa.
● Mudanças nos Benefícios: para reduzir custos, poderá haver mudanças nos benefícios oferecidos aos funcionários, o que pode impactar negativamente os trabalhadores.
● Incerteza e Instabilidade: a transição para a gestão privada pode gerar um período de incerteza e instabilidade para os trabalhadores. A falta de garantias sobre a manutenção dos empregos e as condições de trabalho pode causar preocupação e ansiedade entre os funcionários.
● Impacto na Cultura Organizacional: a mudança de uma gestão pública para uma privada pode alterar a cultura organizacional da empresa, afetando a forma como os trabalhadores se relacionam com a empresa e entre si.
Essas críticas refletem preocupações legítimas sobre os impactos da privatização da Sabesp na qualidade, acessibilidade e sustentabilidade dos serviços de saneamento básico. Diante disso a Associação dos Profissionais Universitários da Sabesp – APU, pretende considerar e discutir, no mínimo, os pontos acima mencionados.
Gostaríamos de contar com a contribuição de nossos(as) associados(as) e demais profissionais da Sabesp para debater e elaborar um conjunto de propostas a serem entregues à nova gestão da Sabesp.
A proposta é que possamos juntos pensar e colaborar para que a Sabesp possa dar conta dos desafios para a universalização do acesso ao saneamento nos municípios operados pela empresa. Sua colaboração é muito importante e para isso pedimos que você preencha os campos abaixo com suas sugestões.
