APU presente em coletiva sobre a privatização da Sabesp

O encontro foi realizado juntamente com o Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento (ONDAS), o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente (SINTAEMA) e o escritório Rubens Naves Santos Júnior Advogados.

Nesta quinta-feira, 27 de março, a Associação dos Profissionais Universitários da Sabesp (APU) esteve presente na coletiva de imprensa para divulgar um levantamento que apontou que o valor de venda da Sabesp está subestimado. O encontro foi realizado juntamente com o Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento (ONDAS), o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente (SINTAEMA) e o escritório Rubens Naves Santos Júnior Advogados. O estudo comprovou que o Governo do Estado de São Paulo superestimou investimentos para baixar preço da ação da Sabesp e favorecer possíveis compradores.

Estiveram presentes para aprofundar sobre o tema Amauri Pollachi, diretor de Relações Externas da APU e conselheiro do ONDAS, Hugo de Oliveira, ex-presidente da Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo), Gustavo Barros, advogado do escritório Marcos Neves, Ronaldo Coppa, ex-membro do Conselho de Administração da Sabesp, e Rubens Naves, advogado do escritório Rubens Naves Santos Junior.

Amauri Pollachi citou a falta de transparência no estudo encomendado pelo Governo de São Paulo para o processo de privatização da Sabesp. Entre outros pontos, falou sobre sonegação da tarifa social e a divulgação de dados questionáveis feita pelo governo, principalmente com relações ao valor das ações da companhia.

O advogado Rubens Naves abordou o atendimento da Sabesp, que oferece um serviço de qualidade para 30 milhões de usuários, afirmou que a população é contra a privatização, que esta é inconstitucional e que solicita uma audiência pública.

Hugo de Oliveira, ex-presidente da Arsesp, falou sobre a prudência dos investimentos, a análise de dados e o plano regional de água e esgoto de 27 municípios, operados pela Sabesp, e o que deve ser feito para atingir a universalização do saneamento.

Por sua vez, o ex-membro do Conselho de Administração da Sabesp, Ronaldo Coppa, falou sobre a desistência da Aegea no leilão da Sabesp. Ele também informou que a Equatorial, possível compradora da Sabesp, opera 16 municípios do Amapá e ficaria com 15% das ações. Discorreu também sobre operações de contrato assinado com os municípios, abuso na tarifa inicial e tarifa base, redução da tarifa social, falta de transparência dos estudos econômicos da Sabesp, entre outros.

O presidente do Sintaema José Faggian, falou sobre as ações desenvolvidas pela Sabesp para combater a crise hídrica em São Paulo e a ajuda que a companhia prestou para outros Estados nos últimos eventos ocorridos neste ano. O presidente do Sintaema também mencionou a incerteza e a perda dos funcionários da Sabesp devido ao processo de privatização, além do prejuízo econômico e social se a empresa for privatizada.

Em sua fala, o advogado Gustavo Silva citou a liminar que suspendeu a privatização da Sabesp no município de Guarulhos e as próximas ações que serão apresentadas ao TSE.

André Lucatelli, consultor contratado pelo Ondas e pelo Sintaema, falou sobre o estudo econômico que realizou com análise de dados da própria companhia, do Governo do Estado de São Paulo, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Arsesp para avaliação da Sabesp e do valor ofertado para a privatização, o que foge da constitucionalidade.

 

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